A educação está
passando pela crise atual, devido a mudança de época[1]
que se encontra a presente sociedade. Os pensadores e intelectuais são chamados
a analisar o momento atual e suas presentes marcar, bem como apontar ideias de
como o ser humano e a educação podem melhor se posicionar e educar nesta
presente sociedade. Neste sentido, este texto, mesmo que a grosso modo,
pretende apresentar algumas ideias sobre o problema da sociedade atual e
apontar alguns caminhos propostos, que se acredita serem principais e
importantes, para educação – ressaltando principalmente o papel do professor,
seguido as linhas da seguinte frase: “A necessidade real é de uma nova atitude
diante da educação, começando por um rompimento as tradicionais e ultrapassadas
rotinas do ‘fazer pedagógico’”.
A primeira posição que se pretende é um olhar para a
atual mudança na sociedade presente. Conforme dito acima, a sociedade atual
vive uma mudança de época e nela se insere a educação como caminho único para o
sujeito humano se encontrar frente às novas propostas. Dois fatores se destacam
nesta sociedade, a saber: o avanço das tecnologias e o processo de
globalização.
Quanto ao avanço da tecnologia[2],
tem-se que destacar a dissolução do “novo”. Na sociedade atual, a todo momento
é lançado algo novo e este se perde não imensidão das criações humanas e ainda
se deixa perder de vista nas variadas propostas para a educação que sempre se
propõe. Isto é, o ser humano está inventado a todo momento algo novo e este se
deixa perder sempre, pois nunca é algo presente, mas algo passageiro e
momentâneo. Além disso, as tecnologias, num sentido de inventos de objetos e
coisas, estão fazendo com que o ser humano crie potência para a preservação da
vida e também para disseminação da morte, salientado o paradoxo e a falta de
valores e referências.
Também o processo de globalização tem provocado também
grandes consequências paradoxais à vida humana. Por um lado, o ser humano agora
tem acesso à informação e conhecimento de forma fácil e rápida. Entretanto, por
outro, o ser humano é incentivado pelo mercado que também se tornou globalizado
a se tornar um consumista – não de educação, cultura e informação, mas de
entretenimento e tecnologias (incluindo livros e objetos) que prometem trazer
felicidade e realização de forma fácil e rápida a vida humana (Cf. PONDÉ, 2012,
p. 133). Além disso, na sociedade atual se encontra diferentes épocas mentais
de seres humanos, isto é, na sociedade atual não existe um padrão de geração,
mas uma diversidade de pensamento geracional[3].
Disto, já podemos concluir a mudança de época que se
encontra na sociedade atual. Não é simplesmente uma sociedade que mantém suas
metas, valores e costumes, com diferentes manifestações (época de mudanças),
mas uma sociedade que assumiu novos valores, metas e costumes, valendo-se de
tudo que a época anterior lhe ofereceu (tecnologia, informação etc.). A questão
que se encontra vigente é como o professor e a educação vão atuar de forma
efetiva nessa nova sociedade, cheia de culturas e valores diferentes?
Tendo em vista a última pergunta e a reflexão de todo
este texto pretende-se apontar algumas possíveis ideias, pensamentos e caminhos
para não uma solução, mas uma provocação rumo ao progresso humano em relação à
educação.
Conforme é sabido, depois da Lei 9.394/96, a educação no
Brasil tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, o preparo para o
exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho (Cf. FERREIRA, 2008,
p.78). Neste sentido, a primeira postura principal que se propõe ao professor é
ter a capacidade de contextualizar e trazer para o cotidiano o conteúdo
estudado. Esta missão não será fácil, pois, como vimos acima, o cotidiano do
estudante tem se tornado um contexto mesclado de ideias, posturas e
características cheias de constantes mudanças. Por isso, cabe ao professor
entrar no mundo/contexto do aluno e assumi-lo[4]
de forma positiva e aberta, apontando as contribuições que a formação
educacional, intelectual, humana, política e cidadã podem trazer para sua vida
e história.
Neste sentido, surge a segunda postura que se acredita
ser fundamental para o professor, a não-criação de novos métodos e sim o olhar
para o passado com olhos críticos – assumindo as posturas corretas e superando
as tradicionais e ultrapassadas rotinas do “fazer pedagógico”. Com a visão do
contexto do aluno e a união do trabalho educacional (escolas, sociedade,
família), pode-se sugerir um Projeto Político Pedagógico[5]
e com este caminhar rumo a posturas apropriadas diante da educação. Conforme
dito não são posturas novas ou novos modos de lidar com o aluno (conforme já
percebemos o “novo” já é um modo falido de encarar a realidade), mas fazer um
olhar crítico e bem embasado na visão de que se podem assumir as antigas
posturas com uma contextualização hermenêutica.
Finalmente, podemos propor a terceira postura que se
acredita ser importante: a superação do tecnicismo educacional. O professor assume a postura de transformar,
ou melhor, transubstanciar[6]
o currículo escolar tendo em vista o aluno, sua cultura e a efetivação no
cotidiano do que é aprendido. Por isso, o professor deve superar a uniformidade
de pensamento, as abordagens mecanicistas e a inabilidade para intervir
criticamente no mundo da prática escolar (Cf. CRUICKSHANK e BRITZMAN apud
FERREIRA, 2008, p. 96). Além disso, não se pode esquecer que cabe ao professor
a constante atualização e disposição para a atualização de seus conhecimentos.
Portanto, podemos concluir esse trabalho, apontando que
não exaurimos todos os pensamentos e questões da postura e comportamentos dos
professores para a educação, mas antes apresentamos algumas posturas que
acreditamos serem importantes, principais e fundamentais para a educação do
novo milênio. Agora, cabe a nós, educadores e futuros educadores, uma postura
de fazer na realidade existencial a diferença cabível na história educacional
contemporânea, sempre tendo em vista que não é momento de novas posturas, mas
antes um olhar e atuação atentos, críticos e hermenêuticos para a
transubstanciação educacional.
Referências
Bibliográficas:
- http://www.casadaciencia.ufrj.br/Publicacoes/Artigos/EduBytes96/AlgumasReflexoes.htm,
Acesso
dia 24/09/12 às 16h25min.
· http://oecoambiental.blogspot.com.br/2009/10/artigo-frei-betto.html,
Acesso
dia 24/09/12 às 15h45min
- FERREIRA,
Mecira Rosa. Currículos e Programas.
Batatais: Centro Universitário Claretiano, 2008.
- PONDÉ,
Luiz Felipe. Guia Politicamente
Incorreto da Filosofia. São Paulo: Leya, 2012.
[1] Uma atenção muito grande para a
linguagem usada, não é um período de mudanças, mas uma mudança de época que nos
encontramos. O momento atual está tirando os referenciais antigos e colocando
novos, ou seja, as principais instituições da vida humana estão passando por
uma grave crise e dentre elas se encontra a escola. (Cf. http://oecoambiental.blogspot.com.br/2009/10/artigo-frei-betto.html
acesso dia 24/09/12 às 15h45min)
[2]
Tecnologia aqui não se
refere unicamente a inventos e materiais maquinários, mas antes ao sentido
original da palvra: τέχνη – arte, num sentido de produzir algo, buscando
conhecer-se no que se produz e λόγος – pensamento discurso. Portanto,
Tecnologia aqui se refere a produção de algo pelo pensamento, como forma de
arte que se refere ao que se é estudado. Não se deve assumir somente no sentido
de objetos, mas também de propostas para algum momento da história, para alguma
instituição. Aqui podemos dizer que também é tecnologia as novas propostas para
a educação.
[3] Podemos encontra Jovens superconectados
e pessoas sem nenhum conhecimento internaútico. Além disso, pessoas que
acreditam que a fé (pensamento medieval) e/ou tecnologia (pensamento moderno) é
o único caminho de salvação e outras que nem acreditam em uma salvação
(pós-moderno/ contemporâneo).
[4]
Não de forma total, pois
deve-se manter ainda o limite e a postura de educador.
[5] Projeto Político Pedagógico: Projeto: Projeção da intencionalidade
educativa para futura operacionalização; Político:
Define uma posição de grupo, uma proposta coletiva, consciente, fundamentada e
contextualizada para a formação do cidadão; Pedagógico: define a intencionalidade formativa e expressa uma postura
de intervenção formativa (Cf. EYGE apud FERREIRA, 2008, 82).
[6] Acredita-se que este termo seja
mais rico para utilização nesse contexto. O termo transformar se refere a
modificação dos acidentes da coisa, já o termo transubstanciar se refere a
modificar a substância e não dos acidentes.