segunda-feira, 14 de maio de 2012

CHEGADA DOS EUROPEUS: PROGRESSO OU REGRESSÃO?



            Os europeus chegaram as terras americanas no século XV, deparando-se com diferentes culturas, como as dos astecas e maias, cujas tribos tinham suas próprias constituições, leis, sistemas governamentais, religião etc. Neste sentido, este texto tem por objetivo fazer uma análise dos povos que “habitaram”[1] o solo americano e a cultura contemporânea, buscando observar o que tinham em comum ambas culturas. Tem-se por objetivo tomar para análise os povos Astecas, Maias e Incas.
            Os povos Astecas acreditavam em um mundo além do natural e suas leis eram baseadas nas leis do ser divinos que cultuavam (Teocracia), ressalta-se que eles eram monoteístas, ou seja, acreditam em um só deus – o deus Sol. Sua religião tinha dois pontífices, pois não gostavam do monopólio do um só pensamento. Os pontífices comandavam e escolheram os sacerdotes e sacerdotisas que eram responsáveis pelos sacrifícios, além disso, estes tinham que rezar ao nascer do sol, ao meio dia e ao pôr do sol. Os sacerdotes e sacerdotisas  que eram responsáveis pelos sacrifícios não podiam assumir o matrimônio, os que assumiam só ficavam responsáveis pelas orações. Todos os sacerdotes eram responsáveis por julgar e fazer com que as leis fossem cumpridas, ou seja, eram os legisladores do seu povo. Além disso, eles deveriam manter os hierógrifos, símbolos e palavras. As leis que usavam eram punitivas, mas não havia prisão, pois a liberdade era um bem que todos tinham direito.
            A lei estabelecia a pena de morte para alguns crimes, mas a pessoa deveria apenas ser morte se aceitasse por livre e espontânea vontade, quando não aceitava era exilada[2] . Dentre as leis que levavam a morte tem-se o aborto intencional e neste caso a mulher, o homem e o médico eram punidos. O adultério também era causa de morte para o casal[3]que o cometia. Nos casos de homicídio, o assassino era morto, mesmo se tivesse matado um escravo ou um animal, que não fosse para sua alimentação. Nos casos de assaltos: se seguido de morte, o ladrão seria punido com a mesma; se somente os bens fossem levados, então o ladrão deveria devolvê-los ou se tornar escravo do extorquido. O crime mais detestável entre eles era a traição e sua pena era o exílio, pois eles não achavam um traidor merecedor de morte.
            Além de tudo isso, um dos grandes costumes era a guerra, pois acreditavam que esta era desejo dos deuses. Para eles, ela gerava bens e prisioneiros para serem oferecidos em sacrifícios. Deve-se ainda destacar que eles tinham uma moeda de troca, sendo que pequenos valores se usava sementes de cacau. Eles, ainda, tinham um costume de cultuar os mortos, pois acreditavam em uma comunhão com os mesmos.
            Os Maias tinham leis semelhantes, com raras exceções, como no adultério, onde o traído é quem julgava os traidores. Também no homicídio, quando em caso voluntário aplicavam a mesma pena que os Astecas; mas sendo involuntário[4], poderia se entregar um escravo a família do morto. O furto era castigado semelhantemente aos Astecas, ou seja, deveriam ressarcir completamente ou se torna escravo temporário. Quando acontecia um estrupo, deveria se assassinar o estrupador sem nenhuma possibilidade de perdão. Eles também puniam a quem provocasse um incêndio com a morte.
            Os maias tinham como forma de escrita em primeiro lugar a pintura e em segundo a ideografia. Um fator interessante é que a pessoa poderia se apresentar para ser ofertada em sacrifício aos deuses. [5]
            Quanto aos Incas tinham leis semelhantes aos Maias e Astecas, como por exemplo: o adultério e o homicídio, ambos com a pena de morte. Uma lei interessante que tinham era a pena para a degradação de um bem público, quando uma pessoa o praticasse seria exilada. Para eles, buscarem a verdade montavam um inquérito e somente davam a pena a partir da confissão do delinqüente.
            Os Incas tinham um costume de dar um descanso semanal para seus escravos, quando estes vinham de povos que eles dominaram, o escravo deveria adorar ao seu deus Inti (deus do sol), mas poderia conservar a sua crença. Nos dias de culto havia procissões, sacrifícios, danças e jejuns.
            Pode-se observar que na cultura contemporânea encontra-se traços semelhantes aos das culturas que foram citadas acima.
            Um primeiro aspecto que se pode observar é que as suas leis são baseadas em preceitos divinos. È bem verdade que não se tem hoje uma teocracia no ocidente, mas pode-se observar que as leis receberam fortes influências da bíblia cristã e dos mandamentos de Deus contidos na mesma. A principal religião no ocidente  é o Cristianismo e este tem como entidade de maior tradição a Igreja Católica, as qual tem um pontífice que a comanda hierarquicamente, sendo auxiliado por bispos, cujo auxilio vem dos padres (sacerdotes). Pode-se compará-los as poder religioso dos astecas que tinham não só um pontífice, mas dois, os quais eram auxiliados por sacerdotes, assim como os bispos recebem auxílios de sacerdotes. Além disso, eram esses pontífices e sacerdotes que, nos povos astecas, comandavam o povo, tendo uma divisão hierárquica  semelhante aos governos de hoje que tem um representante (prefeitos, governadores, presidentes e primeiros ministros) e outras ordens de menos nível subordinadas a eles. Também do mesmo modo que os pontífices escolhiam seus sacerdotes, os representantes eleitos hoje escolhem seus secretários e ministros para regerem diferentes departamentos de seus mandatos.
            As leis que os povos indígenas citados usavam têm também grande semelhança ao contexto atual, com destaque que poucos lugares mantém a pena de morte para alguns crimes. O estrupo, homicídio, furto, incêndios provocados, degradações de bens públicos, o adultério e aborto em alguns lugares, todos são crimes na sociedade contemporânea. Tendo destaque para o homicídio que, em alguns lugares, ainda é penalizado com a pena de morte. Os outros crimes são penalizados com morte em determinados lugares, mas não pela legislação do país e sim pela justiça que povo acredita que deva ser feita[6].
            Na religião dos Maias era uma honra quando uma pessoa se oferecia em sacrifício aos deuses e sua memória seria lembrada a partir de então, como pessoa virtuosa. Pode-se observar que na Igreja Católica se venera a lembranças dos mártires que deram suas vidas professando sua fé. Além disso, a esta igreja tem uma divisão na ordem sacerdotal, onde os ministros ordenados com o primeiro e segundo nível desta ordem vivem o celibato e podem oferecer o sacrifício, já alguns do terceiro nível que não vivem o celibato, podem apenas ajudá-los. Semelhantemente a cultura dos Astecas, onde somente os sacerdotes celibatários poderiam oferecer os sacrifícios.
            São inúmeras as comparações que se é possível fazer, mas já vendo todas estas propostas acima, se pode observar que o modo cultural dos indígenas era bem avançado, como desacreditaram os europeus quando chegaram no continente. Os europeus impuseram sua cultura e sua religião, não com passividade e liberdade, mas com força e brutalidade. Pode-se, depois de toda essa análise de tais povos com a sociedade contemporânea, perguntar-se: “A chegada dos europeus nas Américas trouxe progresso ou regressão?”


[1] Sabe-se que existem ainda descendentes deles na América, porém em sua grande maioria – senão todos – aderiram ao sistema de vida europeus.
[2] O exílio era a por de todas as condenações, nenhum povo aceitaria aquela pessoa nem a mataria, pois era considerada imerecedora da morte. A morte, mesmo que seja por um crime, era de certo modo uma honra, pois a pessoa seria oferecida em sacrifício a (aos) deus (s).
[3] O (a) amante e o (a) adúltero (a).
[4] Por exemplo, atirou-se um flecha em um animal e acertou, sem intenção, uma pessoa.
[5] Se ela fizesse isto seria venerada por sua postura (semelhantemente a um mártir na Igreja Católica)
[6] Por exemplo, em alguns casos de estrupo, o criminoso é linchado pela população.

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